quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cabelos brancos


Meus cabelos brancos estão crescendo em grande velocidade. Eles proliferam. É uma progressão geométrica, uma progressão sem fim. O que eu faço? Arranco, corto, raspo (para sempre), passo henna, tonalizante, pinto de super-blond-Marilyn-Monroe? Ou assumo o meu cabelo grisalho? De uns tempos pra cá, sinto perfeitamente quando meus cabelos brancos crescem. Eu sinto mesmo, imagino e até consigo ver o fio se alongando: forte, grosso, branco. Um escândalo. Mas eu não sei o que fazer. Durante um tempo fingi que não via. Depois, optei por mostrá-los aos mais próximos, escandalizada (justamente), me fiando nos comentários “Imagina, não tem nada aí!”. Mas quando os comentários se tornaram “São só uns pouquinhos”, para em seguida “Eu também tenho” ou “Eu também tenho desde jovem”, eu passei a me preocupar. E acontece que eu não sei o que fazer. Isso é uma crise de indumentária? Afinal de contas, ter cabelos brancos é um modo de vestir. De me vestir. Às vezes nossos corpos são as roupas mais difíceis, mais complicadas. As mais caras.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O que vestir no verão?

Fica a pergunta. Outro dia estava conversando com uma amiga, e confirmei a teoria. Minha crise de indumentária se agrava no período pós-menstrual. Sim, isso existe. E como. O que acontece depois que termina a menstruação é uma espécie de insatisfação crônica com absolutamente tudo o que eu visto. Nada está bom, as roupas parecem desmanteladas, ou muito grandes ou apertadas. E as cores, putz, são todas horríveis, cafonas, nenhuma se acerta com o meu tom de pele. Enfim, é um inferno. Não sei o que acontece. Digo fisiologicamente. Porque deve haver um motivo científico que explique tanto desacerto.

Acontece que no verão tudo se agrava, especialmente se você mora no Rio de Janeiro. É um calor bárbaro, e a verdade é que a gente fica sem vontade de vestir qualquer roupa. O ideal seria um vestido muito leve de algodão branco que nunca sujasse. Mas estamos no mundo real, e o suor existe, assim como o branco que suja toda hora e à-toa. Eu ainda sofro de um outro fator: pelos. Os pelos da minha perna crescem, talvez isso não aconteça com todas, mas depois da tela do seu computador existe uma mulher cujos pelos da perna são escuros e crescem. Essa mesma mulher não tem paciência e nem dinheiro pra fazer depilação a cada 15 dias. E mesmo que tivesse, os pelos ainda não estariam prontos pra serem eliminados. Quer dizer, o trabalho estaria mal feito. Assim, eu, como a maioria das mulheres reais, sofro desse problema de timing na depilação, quando os pelos ainda não estão grandes o suficiente para serem retirados, e nem pequenos o bastante pra gente bancar uma saia.

(Acho maçante isso de blogueiras parecerem princesas e usarem bolsas Marc Jacobs. Por mais que eu tente, não consigo encontrar blogs de moda que falem da moda real, da vida real e para mulheres reais.)

Mais uma vez, no verão tudo se agrava. Usar calça jeans no verão é quase suicídio. Uma solução é vestir outro tipo de calça, feita de tecidos mais leves, como o próprio algodão. Outra seria a saia midi, anunciada no mundo da moda há algum tempo, mas impossível de comprar. É um tamanho de saia lindo, que vai até um pouco abaixo do joelho, ideal pra usar no verão (quando você não está com vontade de mostrar as pernas) e no inverno. Com essa moda – fantástica, aliás – de misturar saias estilosas com T-shirts descoladas, a saia midi cai como uma luva. É um modo moderno de se vestir retrô. Lindinho. O problema é que eu não consigo encontrar saias midi no Rio de Janeiro. Não em lojas para pessoas reais, com preços para pessoas reais. Nas lojas que frequento só vejo saias curtas. Que são o máximo, tudo bem, mas, pô, e quem quer saias um pouco mais compridas? Me ajudem a encontrar saias midi? Fabriquem saias midi!

Encontrei a foto abaixo no blog Scenic world, very very cool and nice.


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Um ato de verão: em noite de lua cheia, mergulhar no mar.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A primeira postagem do ano

Nunca fui muito ligada em réveillon. Prefiro o Natal. Adoro ganhar presentes, e minha ansiedade torna a espera do ano novo quase um suplício. Por isso sempre gostei de dizer que não ligava pro réveillon. Acontece que (Dorival Caymmi tem uma música linda chamada “Acontece que eu sou baiano” e eu adoro essa construção “Acontece que”). Pois acontece que ultimamente eu passei a crer no réveillon, e me rendi às esperanças de um ano melhor. (Com a consciência de que elas são muito perigosas.)

Como primeira postagem do ano, portanto, decidi fazer uma pequena lista de promessas que tenho certeza de que vou conseguir cumprir:

1) Perder dois quilos (na verdade, são cinco, mas me prometo dois);
2) Ler mais;
3) Baixar mais filmes da internet (já tenho uma lista imensa e estou roendo as unhas pra conseguir o Cisne negro, do Darren Aronofsky);
4) Falar menos (ouvir mais fica pra 2012);
5) Trepar mais com meu namorado.

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O site oficial do Dorival Caymmi é uma pérola. Vale a pena.