terça-feira, 8 de março de 2011

No dia internacional da mulher


Hoje é terça-feira de carnaval, mas pra mim nem parece. Trabalhar no carnaval é uma experiência um pouco estranha. O mundo está feliz e bêbado, e você, sério e chato, trabalha. Tudo bem que eu não gosto dessa obrigação de estar animado que parece existir no carnaval do Rio de Janeiro. Então trabalhar no carnaval é a desculpa perfeita para aqueles que não estão com vontade de pular.

O que me atrai no carnaval não é exatamente a felicidade, mas o clima de libertação que ele provoca. Os homens mais machos se vestem de mulher ("é o que mais tem", disse uma amiga super foliã), as mulheres, de borboleta, noiva, grávida pirata, diaba... E não são apenas as fantasias. A atitude de todos é mais livre de moral, mais genuína, espontânea. O que às vezes é perigoso, claro. Mas eu gosto.

É o verso do Bandeira por inteiro: "Não quero mais saber do lirismo que não é libertação". Imagina se todos os dias tivessem essa libertação. Seria como servir, nas salas de espera, nos ambientes de trabalho, vinho do porto no lugar de café. Seria maravilhoso.

Acordei com a cabeça no trabalho, concentrada. Daí vi que hoje é dia 08 de março, dia internacional da mulher. Descobri uma coisa boa nesse carnaval, em que o meu olhar está sóbrio e distanciado: toda mulher se acha bonita no carnaval. Parece que no carnaval toda mulher se fantasia de mulher.

Parabéns pra nós. 

Abaixo algumas fotos tiradas no bloco Simpatia é quase amor, que desfila todo domingo de carnaval em Ipanema, na praça General Osório.




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