quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Joice

Aproveitando a capa da revista O Globo do último domingo (14/11), também quero falar alguma coisa sobre esmaltes. Gostaria, na verdade, de colocar algumas questões relacionadas ao amor ao esmalte. Nem preciso dizer que eu sou uma daquelas que os amam. Não sei se, como disse a reportagem, somente por causa do desfile da Chanel de 2007. Acho os esmaltes objetos de consumo tão baratos, e em tudo eles me seduzem. Além do preço, sempre em torno de R$ 2,00 (não gosto dessa jogada da Colorama de inventar linhas diferentes e cobrar o dobro do preço pelo vidrinho), o design das embalagens, os nomes dos esmaltes, e, sim, claro, a cor. Tenho uma marca preferida, a Impala, porque, na minha mão, são os esmaltes que mais duram. Recentemente conheci uma marca ótima chamada Hits Speciallità, com cores bonitas, preço na faixa e ótima duração. Quando estive na Holanda, fiquei louca com a loja de departamentos Hema, que possui marca própria de esmaltes, com vidros lindos (amo vidros quadrados) e cores diversificadas. O preço, mesmo em euro, é em conta.

Mas escrevo porque o amor ao esmalte me traz algumas questões, e ainda não li um texto que as abordasse. Primeiro, amor ao esmalte requer, necessariamente, amor à manicure, porque eu não sei fazer as minhas próprias unhas (sei que muitas sabem, mas me dirijo, então, àquelas que não dominam essa técnica). E, como trata-se de amor, embora o amor ao esmalte permita certa promiscuidade (são tantas marcas e cores, a gente não precisa ser fiel a um único esmalte), o amor à manicure, não. É preciso fidelidade à manicure, o que às vezes te exige muito, é verdade, mas, por outro lado, traz generosas compensações. Entre outras tantas, consigo pensar: ela sempre vai te atender, não importa a fila e o horário; esqueça os bifinhos, entregue suas mãos com segurança; o acabamento será perfeito. Eu, por exemplo, tenho uma manicure do coração. Ela é tão do coração, que antes de eu sequer saber o que era esmalte, Joice já fazia as unhas da minha mãe. É uma senhora de 67 anos, linda, vivida, aquariana e moradora de Vila Isabel. Pode parecer afetação, mas só ela saber fazer as minhas unhas do pé. E, quando por alguma necessidade prática preciso fazer as unhas da mão com outra profissional, sinto que estou traindo a Joice. Portanto, a minha primeira questão: aquelas que têm amor ao esmalte também sentem, nesse amor, a demanda do amor à manicure?

Ok, outro ponto: onde guardar? Já experimentei de tudo, de caixa de ferramentas à caixa de sapatos, passando por gavetas e nécessaires. Considero a minha coleção de esmaltes bastante modesta, são em torno de 30 vidrinhos. Fico pensando nas mulheres que têm 400, 500 vidros de esmalte em casa. Como vocês fazem?

E os sapatos que estragam as unhas do pé, ninguém nunca passou por isso? Assim como tenho amor ao esmalte, também adoro as sapatilhas da Melissa. Mas alguns modelos amassam ou mancham as unhas do pé, quando estão pintadas. O campana e a sapatilha Isabela Capeto. Na última edição da Vogue Brasil eles sugerem os esmaltes claros, nude, a onda dos coloridões está passando. Eu sempre fui fã do Pó-de-arroz da Risqué, e agora meu novo amor é o Nude clássico da Impala. Mas gosto de usar cores contrastantes no pé. Combinar um tom claro na mão com vermelhão no pé, ou azul-cobalto (Paparazzi, da Impala), ou laranja, ou verde. Mas isso significa abdicar de alguns sapatos da Melissa por, pelo menos, uma semana. Todas passam por esse problema?

Outra pergunta: a reportagem da revista O Globo dizia que algumas mulheres fazem as unhas até duas vezes por semana. Como? O tempo não é uma questão pra vocês? Quanto tempo vocês levam pra fazer pé e mão? Eu gostaria de fazer as unhas pelo menos uma vez por semana, mas às vezes o tempo não deixa. São muitas as amantes do esmalte que têm tempo de fazer as unhas toda semana, ou até mais de uma vez por semana?

E como fazem com os afazeres domésticos? Porque lavar louça acaba com qualquer unha, todo mundo sabe disso. Minha mãe me ensinou o truque de usar umas luvas de plástico. Mas é tão ruim lavar a louça com esse troço. Não dá pra sentir direito o prato e nem a gordura, o serviço acaba ficando mal feito. Existe algum outro truque que eu desconheça?

...

Se tivesse que inventar uma cor de esmalte chamada Joice, ela seria marrom puxando pro dourado, cintilante.




5 comentários:

  1. Coincidentemente, minha ida ao supermercado no domingo rendeu uns 10 vidrinhos. Mas o meu sempre dura pouco, independente dos afazeres domésticos - aos quais não sou muito dada. O esmalte antialérgico da Colorama descasca rápido por suas propriedades (deve faltar o fixador na fórmula) além de minha mão suar o tempo todo. Humpf. Mas eu adoro também!

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  2. Eu também amo esmaltes e tenho certeza absoluta de que não foi por causa do desfile da Channel. E também não sei fazer minhas unhas, o que me deixa arrasada na minha temporada inglesa, apesar da infinidade de esmaltes que há por aqui. Meu amor ao esmalte também está intimamente ligado à manicure. Tive 3 ótimas, mas, com pesar, precisei abrir mão de 2 delas. A primeira, a melhor, mudou-se (de estado. Quando ela mudou de bairro, fui atrás). A segunda mudança doeu mais. Trabalhava em um salão caro, que em um momento da vida, eu não pude mais pagar. A minha terceira e atual manicure não é perfeita para mim, mas os que veem as minhas unhas acham que ela é. E ela chega bem perto disso!
    Eu não tenho um esmalte sequer, acredita? Toda semana chego ao salão pedindo as novidades e, quase sempre, não me decepciono. É bem verdade que a clássica francesinha e o não menos clássico Carmim sempre são boas opções para mim.
    A minha Melissa também estraga a unha do meu pé! E isso, certamnete, faz ela ficar entre minhas últimas opções na hora de escolher uma sapatilha.
    Eu adoro ter as unhas feitas, mas detesto precisar ir ao salão para isso. Não só pelo tempo que me consome, mas principalmente pelo ambiente fútil e superficial da maioria deles. Semanal e religiosamente sim. Mais que isso nunca!
    E lavar a louça só de luva mesmo! Eu acho ótimo! Não sentir a gordura é uma das maiores vantagens! Dá para fazer um bom serviço, sim! Boas luvas, boa esponja e bom detergente e pronto!
    Não tenho criatividade para criar um esmalte com nome e tudo. Mas, Renata, minha manicure, também mereceria essa homenagem...

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  3. Também amo esmaltes. Acho que virou um vício. Antes não deixava de entrar em uma farmácia para comprar produtos para o cabelo. Agora a "febre" está nas unhas. Alguns vidrinhos estão intocáveis, por isso estou tentando controlar tal doença. Até porque ainda não encontrei um local ideal para armazená-los. No início era fácil fácil guardar em apenas uma necessaire. Depois, achei um pote lindo, rosa. Ficavam todos encaixadinhos, uma graça! Hoje lá já não cabem e então foram parar numa caixa feeeia...Sei não...Preciso dar um jeito nisso. As cores realmente encantam. Hoje em dia até me aventuro nos tons de verde e azul. Quanto à marca, uso todas, sem restrição. Quer dizer, os importados ainda não deram o ar da graça na minha "caixinha". Eu me pergunto: será que vale a pena gastar a bagatela de cinquenta reais em um esmalte? É, não estou tão viciada assim...

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  4. Sempre faço as minhas unhas, muito raramente vou ao salão, aliás detesto salões barulhentos e manicures fofoqueiras. Também acho um pouco constrangedor ficar com os pés em cima de uma outra pessoa..mas nada melhor do que fazer as unhas com uma profissional, apesar de ficar tensa quando essa é "barbeira". Minha coleção de esmaltes não é tão grande assim, pq não duram muito, mas me seguro para não sair sempre que vou a farmácia com um vidrinho na mão. Não sou fiel a esmalte, nem a manicure, porque ainda não encontrei a Joice da minha vida.

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  5. Vou confessar, senti uma inveja absurda de vocês: amantes dos vidrinhos coloridos, de várias formas e tamanhos, baratinhos ou muito caros, que duram uma piscada ou raramente até a próxima visita à fiel manicure. Ganhei um lindo, chiquérrimo, desses que custam a bagatela de ciquenta reais. Está intacto há quase 6 meses. Que idiota que eu sou!!!!

    Nunca tive uma manicure, a manicure, minha manicure. Será que é por isso que nunca gostei de fazer as unhas, não consigo me sintir confortável em entregar minhas frágeis cutículas a qualquer uma. Acreditem... fazer os pés já chegou a ser uma tortura. É um programa tão, mas tão feminino que às vezes me pego me obrigando à marcar uma unhazinha. Não dói tanto assim, eu sei. É só uma questão de ir. Mas as fofocas e conversas de salão me dão um pouco de preguiça.

    Prometo me esforçar e aumentar minha frequência nos encontros com lixa, alicate, acetona e vidrinhos coloridos.

    Mas de uma coisa tenho certeza: ROER UNHA é uma DELÍCIA!!! Experimentem!

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